Se você ainda não conhece, ESG é uma sigla em inglês para Environmental, Social and corporate Governance que prega melhores práticas ambientais, sociais e de governança para as corporações. É uma formulinha que ajuda as corporações a orientar as práticas da empresa pensando em um futuro mais sustentável tanto ambientalmente, quanto socialmente.
Para poder usar esse ‘selo’ as empresas precisam se comprometer a desenvolver práticas que protejam o meio ambiente, sejam relevantes para a sociedade e tenham transparência nos processos, evitando corrupção, assédio e discriminação de qualquer tipo.
Os principais responsáveis por disseminar esse movimento são os investidores, os caras que injetam grana nas empresas e garantem que elas possam criar inovação e seguir no positivo. Com isso, estar de bem com a sustentabilidade deixa de ser uma questão de manter uma imagem de bom moço e se transforma na única forma de garantir capital.
Apesar de estar andando a passos um pouco mais lentos no Brasil, estar em dia com as práticas ESG é a única forma de manter as empresas bem posicionadas nas listas de investimentos e essa realidade está transformando a forma como as coisas são feitas em todos os espaços corporativos. Desde escolha de fornecedores, formas de distribuição, Recursos Humanos e, é claro, a Comunicação.
Você fala ou você faz?
O patrono da educação no Brasil já dizia:
Dizer que está em dia com os princípios de ESG em relatórios de performance pra entregar pra investidores é fácil, principalmente quando o foco maior está na área de sustentabilidade ambiental. Greenwashing é um termo já conhecido pra o ‘marketing verde’, as propagandas e itens de comunicação divulgando produtos como sustentáveis ambientalmente mas que na verdade tinham custos ambientais altíssimos e que se tornou super comum no Brasil.
Hoje com a associação da perspectiva ambiental com a social e a de governança, a gente tem uma esperança de que as empresas consigam se camuflar menos nessa cortina verde e sejam realmente responsabilizadas por melhorar suas práticas em todas as frentes.
O problema é que junto com sustentabilidade e ESG, surgiu outra palavra que as pessoas amam repetir mas entendem pouco o que significa: Diversidade.
Diversidade é prática institucional diária
Começando a entender a importância de priorizar os pilares sociais do ESG e consequentemente falando sobre diversidade e inclusão, as notícias não são tão animadoras:
Segundo a pesquisa sobre o cenário brasileiro de “Diversidade e Inclusão (D&I) nas empresas” lançada pela Consultoria Mais Diversidade e a Revista Você RH. Cerca de 65% das empresas brasileiras não possuem um programa de D&I estruturado, com estratégia e planejamento, realizando apenas ações pontuais, e apenas 28% têm uma área específica para o tema. — Bruno Sousa em colaboração para Ecoa, do Rio de Janeiro -10/02/2021
Não adianta fazer uma palestra uma vez por ano pra falar sobre a importância de discutir diversidade se essa palestra não vier seguida de práticas concretas que sejam refletidas na cultura da empresa, desde processo seletivo até comunicação.
Também não dá pra fazer ações de diversidade que não chegam além do vídeo bonito na propaganda do momento.
Comunicar para a diversidade significa abrir espaço para (des)aprender muita coisa, pensar novas formas de fazer comunicação de verdade, onde além de falar, sejamos capazes de escutar.
O futuro começou ontem
Falar sobre diversidade é falar também sobre o futuro do trabalho, sobre quem são as pessoas que terão espaços de decisão nas empresas e quais as consequências dessas escolhas na sociedade. Ontem foi dia de planejar, amanhã é dia de sonhar, mas hoje é dia de agir e se o plano nunca parte pra a ação, ele nunca vai deixar de ser uma ilusão.
Empresas que escolherem seguir na mesmice e não investirem em melhorar suas estratégias de comunicação para a diversidade estarão fadadas ao fracasso. Os modelos atuais não funcionam mais e “não vai dar para terceirizar tudo para o indivíduo, como se este fosse o único responsável pelo que dá (ou não dá) certo na sua relação com o trabalho” (Vibes do Trabalho, agosto 2021 — float).
Diversidade e Governança vistas pela ótica da comunicação tem tudo a ver com a construção de relacionamentos, implicam em práticas mais voltadas para a escuta: das demandas dos funcionários, das particularidades dos territórios e a forma como esses detalhes impactam a relação da empresa com os diferentes públicos.