A internet é o que a gente faz dela. Não recordo quem diz essa frase, mas é sempre bom lembrar que nós, usuários, também temos poder de ação nesse território digital.
Tirar o fio da tomada e ativar o modo avião são as formas básicas de dar um pause na loucura do scroll infinito quando começamos a perceber que essa coisa toda não está fazendo muito bem. Mas será que existem outras formas de usar a internet de um jeito mais saudável?
Eu sou techno-otimista (a pessoa que acha que a internet pode trazer mudanças positivas, apesar de todo o mal que ela também pode proporcionar) e acredito sim que podemos superar essa era de dependência de mídias sociais pra construir outras possibilidades de existência no mundo digital. Inclusive, já entrevistei Neema Githere em uma das lives do ano passado e conversamos bastante sobre perspectivas positivas de transformação que a internet proporciona.
Selecionamos alguns materiais importantes pra te ajudar a entender e repensar algumas coisas sobre o tempo que passamos online.
O babado é forte, boa leitura!
Julia Travieso
Bem vinde fofoqueire! Na edição 4 da nossa fofoca estávamos pensando bastante sobre os limites da internet e entendendo algumas limitações, achamos importante buscar também outras saídas, exemplos de pessoas que estão pensando e fazendo a internet de um outro jeito.
- Força de vontade é tudo?
Quando você tenta usar apenas a força de vontade para calar distrações, como as redes sociais, você se coloca contra um exército composto pelas mentes mais brilhantes da nossa geração. - Dane Jensen
Essa frase está em um artigo chamado “Time Management Won’t Save You” do Harvard Business Review, infelizmente todo em inglês.
A citação nos faz lembrar que nosso vício em redes sociais é algo construído e planejado. Profissionais de Psicologia e Design montam estratégias para que você consuma um conteúdo em seguida de outro quase sem perceber. Identificar isso pode mudar tudo.
Esse artigo é aquele texto que não vai te dar uma fórmula mágica de concentração, mas sim te ajudar a simplificar tarefas na mente, buscar tornar tudo mais simples e evitar burnouts e picos de ansiedade.
- Os loucos do planner vão gostar dessa.
Temos aqui o link de um pdf que pode ser impresso e te ajuda a parar e refletir sobre como anda sua relação com a internet.
Um exemplo:
“Quais atividades em frente a uma tela parecem agregar mais significado e valor à sua vida? Quais semelhanças que elas compartilham? Quando você tende a fazer essas atividades e como você poderia fazê-las mais frequentemente?
O pdf está em inglês também, então vale a pena dar aquele google tradutor e pegar a ideia principal de cada reflexão. O objetivo é conseguir rastrear o tempo que passamos online e viver essa experiência com mais intencionalidade.
- Tá, nós precisamos falar sobre o arquétipo “aquela garota” na nossa geração.
Não sabe do que estamos falando? Bem, cada geração tem seu padrão de “persona” de sucesso & felicidade. Ao que tudo indica, estamos romantizando esse rolê de acordar 5h30, tomar matcha, foco total por 15hrs, exercícios, deletar as redes sociais, etc.
O famoso “glow up” (sumir das redes e focar no seu desenvolvimento pessoal) que viraliza no TikTok parece ter uma boa intenção, mas será que a fórmula é a mesma para todos?
Da mesma forma que existem dietas que querem banir carboidratos, essa moda alimenta a proposta de banir o que identifica como ruim, nesse caso, o tempo de ócio, os momentos de pausa. E convenhamos, tudo é questão de equilíbrio!
Toda essa história resumida em 32s você encontra no perfil do pasha no tiktok
- E fora dos stories, você tá bem?
Essa pergunta viralizou com todas as variações possíveis e rimos muito por aqui. Por mais que a pergunta pareça genérica e repetida, sempre vale esse check importante sobre si. Atualizamos várias vezes ao dia nosso feed e esquecemos de nos atualizar sobre o que estamos sentindo e pensando sobre o que vivemos.
- Bloco dos emocionados.
Provavelmente você viu a frase “Gente blasé é cafona demais. Seja um emocionado”, um post criado por Melissa Resch, sobre a apatia generalizada.
A publicação deu o que falar. Afinal, é lindo compartilhar a ideia, mas isso rola de fato? Somos bombardeados com a ideia de “joguinho” ou se fazer de difícil para absolutamente tudo!
Estamos celebrando intensamente todas as nossas conquistas pessoais?
A matéria da Elástica fala mais sobre isso e você confere ela aqui.
- Ficou marcada na história.
Sobre a atitude corajosa da ginasta Simone Biles ao priorizar a saúde mental e escolher não competir e tantas outras conversas importantes que surgiram com a transmissão dos Jogos Olímpicos de Tokio 2020 e nós não vamos esquecer.
Alguns mini paraísos que você encontra na internet:
Indicação 1
Trago Boas Notícias | Podcast
Um podcast da UOL, que acalma o dia compartilhando atualizações positivas. A narração é tão calma, quase meditativa, que por alguns minutos, tudo fica bem.
Indicação 2
Data Healing | Instagram
É um projeto de Neema Githere que tem um princípio: se os dados podem gerar traumas, eles também podem curar. Um exemplo é a hashtag #healingimagery onde você encontra imagens de “encontros diários com o divino” - nas palavras da própria autora.
Indicação 3
pra cuidar do jardim | Spotify
Uma playlist da Julia Travieso pra ouvir nos momentos de cuidado.