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Queerbaiting e Pink Money: o que é? como funciona?

Chegou o mês de junho e com ele, a enxurrada de logos de arco-íris nos perfis das corporações todas. Muitas vezes o nome disso é Queerbaiting, vem entender como diferenciar uma homenagem sincera de um golpe publicitário

O que é?

Começando pelo começo, vamos falar sobre o que significa queerbaiting: uma tradução literal é Isca Queer, como na pesca mesmo, uma forma de conseguir audiência e dinheiro do público LGBTQIA+ (o tal Pink Money), que muitas vezes tem sede de representatividade.

Como funciona?

Mas então qual o problema? De querer representar uma comunidade e consequentemente acabar conseguindo uma grana no processo? Em teoria não existe problema nenhum, quando a empresa tem responsabilidade e atrela ações ao seu discurso. Mas a realidade está muito longe disso:

A maioria das grandes marcas e corporações tem pouquíssimas pessoas LGBTQIA+ em cargos de decisão. Se forem mulheres, indígenas, negras ou pessoas trans, esses números diminuem ainda mais. Nos poucos casos em que existem ações afirmativas que aumentem a quantidade de profissionais LGBTQIA+ contratados, muitas vezes o ambiente de trabalho está totalmente despreparado para acolher e garantir permanência e progresso para esses profissionais.

O cenário é tão sinistro que parece piada pintar o logo de cores do arco-íris e lançar uma propaganda coloridinha esperando os $$$ entrarem. Infelizmente, na sede por qualquer representatividade, muitas pessoas acabam se animando com qualquer perspectiva de serem vistas e acabam incentivando que esse ciclo se repita todo ano.

As empresas acabam por querer apenas que o público LGBTQ+ dê alguma forma de lucro ou visibilidade para as companhias/empresas, sem realmente se preocupar com a causa ou dar apoio para à sua representação e inclusão. (…) Aqui pode-se pensar que a representação realmente não compactua com os anseios da comunidade em ser respeitada e aceita. Com este tipo de representação, a comunidade LGBTQ+ é apenas explorada para atrair investimento econômico. - trecho da pesquisa: A Representação da Comunidade LGBTQ+ em Vídeos Publicitários por Daniel Augusto de Souza

Como saber se estou caindo na isca?

Quanto maior a empresa, menos provável que ela tenha práticas inclusivas e mais provável que a gente não consiga rastrear essas informações. Existem relatórios e pesquisas sobre o assunto, mas sempre de forma muito abrangente, focando apenas em estatísticas.

imagem: Reprodução

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Para produtos de audiovisual o caminho é um pouco mais direto, você pode checar a ficha técnica e verificar quem foram as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento daquele trabalho.

1- Quem fez direção de arte?

2- Quem escreveu o roteiro?

3- Quem decidiu orçamento e contratação?

Na maior parte dos casos a diversidade fica longe dos cargos de decisão e esse já é um sinal bem grande dizendo CORRA PRA BEM LONGE e não coloque seu din din suado na mão dessa galera.

E agora? O que posso fazer diferente?

imagem: Reprodução

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Um caminho alternativo, caso você tenha o interesse em fortalecer de fato as pessoas LGBTQIA+ é mapear e acompanhar os trabalhos das pessoas na sua região.

Faça a pergunta: quais as marcas locais que podem me oferecer um produto ou serviço realmente realizado do começo ao fim por pessoas LGBTQIA+?

Muitas tem sites, lojas online e perfis que você pode acompanhar nas redes sociais e além de tudo, colocar seu dinheiro na economia local, fortalecendo toda a rede de produção na sua região.

Texto originalmente publicado no medium
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